segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Crônicas Lusitanas – Parte 6 – Agora uma vinícola grande, de verdade


Na nossa etapa de viagem ali pela deslumbrante região do Douro, o Francisco, da Douro Wonderful Events, montou para a gente uma programação muito interessante, com a possibilidade de visitar vinícolas de vários tamanhos, e comparar os produtos e os serviços das pequenas vinícolas familiares com as gigantes do ramo.

Muito bem, desta vez, era o tempo de visitar uma gigante : a Quinta do Seixo, propriedade da Sandeman, uma das maiores produtoras de vinho do Porto do mundo – que na verdade, pertence a um grupo ainda maior, a famosa Sogrape, que mantém sob seu controle algumas das maiores e mais famosas vinícolas de Portugal.

Os vinhos produzidos pela Sandeman são de muito boa qualidade. Eu mesmo, aqui no Brasil, compro habitualmente o Founders Reserve, um vinho do Porto Ruby do qual gosto muito – e que tem um preço razoável para nós, pobres consumidores brazucas.

E que tal foi a visita à Sandeman ? Bem ...

A verdade é que foi meio decepcionante – embora, por outro ponto de vista, tenha sido impactante. Foi impactante porque a estrutura toda da Sandeman é muito grande e impressionante : nos levaram a uma espécie de terraço, ou mezanino, de onde se tem uma vista panorâmica dos grandes lagares onde é feita a pisa das uvas. Como – infelizmente ! – a época da pisa já havia passado, eles projetaram um lindo filmete sobre o assunto, impecavelmente produzido, muito informativo e bonito. Durante todo esse processo, fomos  conduzidos por uma guia que vestia o uniforme do Dom, o conhecido logotipo da Sandeman, com seu chapéu que remete aos cavaleiros espanhóis e sua capa que lembra os estudantes portugueses.

E por que é que foi decepcionante ? Basicamente, porque a guia se limitava a “discursar” uma mensagem padrão que parecia pré-gravada em uma fita cassete (alguém aí lembra o que era uma fita cassete ?), sem nenhuma interação com os visitantes (nós), visivelmente entediada e desinteressada daquilo tudo. A degustação também foi extremamente mecânica : quando chegamos à linda sala de degustação, já estavam colocados na mesa três tacinhas com três diferentes vinhos : um branco, um ruby e um tawny. Mais uma fita cassete, mais uma semi-decorada mensagem sobre o que estávamos degustando – e isso foi tudo.

Bons vinhos ? Sem dúvida, ótimos – mas uma experiência total que nem de longe pode ser comparada à que vivemos, por exemplo, na Quinta Seara d’Ordens, que descrevi neste post.

Os vinhos foram :

  • Aptiv Branco – um bom e refrescante vinho branco, com toques florais.
  • Founders Reserve – um ruby bastante potente, de bela coloração, com aromas de frutas.
  • Imperial Reserve – um tawny típico, já com coloração mais pálida, com aromas de frutas secas e um final bem longo – este foi o nosso preferido.

Mas saímos de lá com um certo gostinho de decepção, essa é que é a verdade ...

Um comentário:

Anônimo disse...

Pow, Nivaldo, no meu caso, em Bordeaux, minha situação era mais tranquila - eu ia para beber e sentir o lugar. Porque em determinada hora, eu começava a me perder no inglês da galera lá e eu acabava desitindo de entender mais profundamente. Embora, de maneira geral, a interação não era muita não. Mas eu curti muito.

Aliás, quero conversar com você sobre Portugal, estou pensando em ter 8 dias por lá, sendo que uns 3 em Lisboa, 2 em Porto e 2 para conhecer vinícolas. Quero saber sua sugestão.

Salu2

Sandro

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