segunda-feira, 9 de abril de 2012

Entre tapas e vinhos

Os tapas estão na moda em Sampa, ultimamente - e eu me confesso um entusiasta deles !

Bem, antes que alguém se manifeste aqui no blog em favor da Lei Maria da Penha, é meu dever lembrar os leitores que tapas são aqueles aperitivos, ou porções, típicos dos bares espanhóis. São coisinhas para se beliscar, e criadas para que sejam compartilhadas com os amigos ao redor da mesa. É uma ótima ideia, que pode ocasionalmente substituir os jantares mais clássicos, onde cada um pede seu prato individual.

Nos últimos tempos surgiram na cidade vários bares e restaurantes de tapas, alguns ótimos e bem caros  (bons exemplos desta categoria são o Clos de Tapas e o Arola Vintetres).

Pois neste último sábado, Tereza e eu, acompanhados de nossa queridíssima amiga Ester, descobrimos um local que serve tapas absolutamente deliciosos a preços bem convidativos : é o La Madrileña, tocado pelos simpáticos Edson e Emerson, dois brasileiros que viveram anos na Espanha.

Situado em Pinheiros, o La Madrileña é formado por dois espaços - o salão interno, pequeno e aconchegante, e um delicioso terraço externo, que deve funcionar esplendidamente em noites de verão.

E o que foi que nos encantou por lá, em termos de tapas ? Literalmente tudo o que comemos : deliciosas batatas bravas (acompanhadas de sua salsa apimentada), presunto cru espanhol ( ou jamon, claro ...), uma tortilla de batatas magnífica ... Esta última, apesar de parecer simples - uma omelete com batatas - apresenta-se com aquela textura difícil de encontrar por aqui : crocante por fora e úmida e sedutora por dentro. Como se não bastasse, ela vem acompanhada de uma porção de salmorejo - um delicioso creme de tomates, alhos e azeite, típico de Córdoba, de lamber os dedos ...

Outro ponto alto da noite foram as tostas uma espécie de bruschetta com coberturas variadíssimas como berinjelas em conserva, jamon, cebolas caramelizadas com queijo de cabra, ovos de codorna ...

Tostas com cebola caramelizada e com jamon e ovos de codorna

O cardápio muda todos os dias, e as ofertas do dia estão listadas numa lousa na parede.

E os vinhos ?

Claro que os vinhos da casa são os espanhóis, nem precisava dizer isso, né ? Na verdade, eles se definem principalmente como uma vinoteca, e a diversão começa na entrada, quando a gente atravessa a adega e já pode começar a dar uma boa olhada na oferta de vinhos.

Começamos nossos trabalhos com um Marques de Tomares Crianza 2008, um riojano que passa doze meses em barricas de carvalho. Aliás, a classificação Crianza, nos vinhos espanhóis, indica exatamente que o vinho foi envelhecido pelo menos dois anos na vinícola (e pelo menos 6 meses em carvalho). Os aromas, intensos, indicam a presença da madeira. Na boca, ele me pareceu menos ácido do que eu gostaria - claramente, a madeira cobria a fruta. Enfim, me pareceu um vinho apenas mediano.



A seguir, atacamos um Ribera del Duero Ribón Barrica 2008 - e este me pareceu francamente superior ao outro. A fruta muito mais presente evidenciava o sabor local dos bons vinhos espanhóis, à base da uva tempranillo. Na boca, um vinho mais equilibrado e - numa palavra - mais gostoso.



Ainda tivemos tempo - e disposição ! - de provar um delicioso Jerez Pedro Ximenez, doce e caramelado, que me encantou.

O mais bacana é saber que, lá no La Madrileña, ainda há muitos outros tapas a serem provados, acompanhados de muitos outros preciosos vinhos espanhóis, infelizmente ainda pouco conhecidos e apreciados por estas bandas.

Voltaremos em breve !
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