segunda-feira, 21 de março de 2011

Crônicas de Mendoza - Parte 4 - Clos de Los Siete


Mais uma etapa de nossa árdua, duríssima trajetória por Mendoza - o pit stop agora era na Clos de Los Siete, mitológica vinícola que conta com o suporte do enólogo Michel Rolland.

Esse Michel Rolland faz parte de um grupo que as revistas de vinhos estão chamado de flying winemakers, isto é, enólogos de renome, em geral franceses, que vendem seus serviços a dez ou doze vinícolas espalhadas pelo mundo - Chile, Argentina, África do Sul, Estados Unidos, Nova Zelândia - e, é claro, Europa.

Nossa primeira surpresa foi descobrir que a Clos de Los Siete não é uma vinícola - na verdade, são sete vinícolas juntas. Cada uma produz seus próprios rótulos, com as uvas plantadas em suas próprias vinhas. Só que, uma vez por ano, eles se reúnem, sob a direção do Michel Rolland, escolhem os melhores vinhos de cada vinhedo e produzem um blend que recebe o nome de Clos de Los Siete, que leva a assinatura do mestre francês. Bela jogada de marketing, né ?

A estrutura de recepção de visitantes é meio capenga, talvez por conta exatamente do fato de serem sete vinícolas. Nós só pudemos visitar uma delas, a Monteviejo - era a única da qual nossa guia  tinha a chave ... A guia se atrasou em relação ao horário que havíamos marcado, não conseguiu acender as luzes de algumas partes da vinícola - enfim, esteve longe de ser perfeito.

Notem as janelas feitas com os tampos de enormes barricas antigas
Mas o importante é que pudemos fazer a visita e provar os vinhos.

Começamos com um Malbec Rosé L'Argentin de Malartic 2009. Como diz a Tereza, "rosé não é exatamente vinho" : é mais uma bebidinha refrescante, sem grandes predicados ... Caiu bem, já que o calor estava forte. (Já imagino a ira dos amantes dos rosés me xingando ...)

O Linda Flor Chardonnay 2007 que veio a seguir estava incomparavelmente superior - um chardonnay equilibrado, longe daqueles excessos de madeira que a gente de vez em quando encontra por aí. A madeira está lá, presente, mas não mata a fruta.

No terreno dos tintos, provamos um Clos de Los Siete 2009 e um Monteviejo 2006 : os dois são blend de diversas castas, os dois estavam corretos e bem-feitos, nenhum dos dois nos impressionou grandemente.

Fechamos a degustação com o melhor vinho desta etapa : um belo Linda Flor Malbec 2006, sedoso e estruturado, cheio de personalidade, redondo na boca. Como esses argentinos sabem fazer bons malbecs ! Pra quem ainda liga para esses indicadores, este vinho levou 93 pontos de Robert Parker (amém ! amém !) e 92 pontos da Wine Spectator. Ficaram impressionados ?

E tem mais - em uma escala de um a cinco, este vinho levou 4 pontos na escala NS - ou seja, o humilde escrevinhador deste blog ... É mole ?!?

Cláudia e Chico se preparam para dar início aos estafantes trabalhos do dia

2 comentários:

deisoca disse...

Muito bons os seus posts! Estou indo para lá no mÊs que vem e adorei as dicas!
Beijo,

Deise

Viagem pelo Mundo

Nivaldo Sanches disse...

Obrigado pelo elogio, Deisoca !

Divirta-se por lá, beba bastante - e depois, quando voltar, conte pra gente como foram as suas experiências !

Beijos, boa viagem !

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